Empresas segmentam rede de clientes através de inteligência artificial e uns podem receber mais promoções que outros
É difícil não se impostar com que tudo custa muito mais do que há alguns anos. Mas, as pessoas que fazem as mesmas compras que você podem não estar necessariamente pagando os mesmos preços.
Isso ficou evidente há algumas semanas, quando um amigo enviou uma mensagem dizendo que a Starbucks estava fazendo uma promoção de “compre um e leve outro de graça”. Mas quando entrei no aplicativo, a oferta não estava em lugar nenhum.
Tratamento especial? É provável que a Starbucks tenha usado a inteligência artificial (IA) para determinar que outra pessoa, se lhe fosse oferecida uma promoção, faria uma compra que em outra situação não faria, “enquanto eu faria uma compra independentemente disso”, disse Shikha Jain, sócia principal da divisão de consumo e varejo da América do Norte na empresa de consultoria Simon-Kucher.
O sistema acertou em cheio — bastava abrir o aplicativo para verificar se eu tinha a promoção para fazer o pedido “e paguei o preço total”.
É impossível dizer exatamente como os sistemas da Starbucks fizeram esse julgamento correto — embora o comportamento de compras anterior e o comportamento de compras de clientes semelhantes tenham sido quase certamente fatores, disse ela.
A rede de cafeterias com sede em Seatle não quis compartilhar o que alimenta seu modelo de IA, chamado Deep Brew. Um porta-voz, no entanto, confirmou que a inteligência artificial está alimentando as ofertas individualizadas que envia aos clientes.
Essa estratégia de preços personalizados não é exclusiva da Starbucks. As companhias estão aproveitando cada vez mais os dados dos clientes, muitas vezes derivados de programas de fidelidade, em coordenação com modelos de aprendizado de máquina para precificar exclusivamente bens e serviços com base na disposição de pagar de um indivíduo.
O objetivo final é “fazer com que você compre mais itens, compre os mesmos itens novamente ou gaste mais com os mesmos itens”, disse Jain.