A relação entre dieta e neurodiversidade desperta crescente interesse entre famílias e profissionais de saúde. Assim como pontua Alexandre Costa Pedrosa, compreender como determinados padrões alimentares afetam sintomas ligados ao TDAH, TEA e TOD ajuda a construir estratégias mais equilibradas para cada perfil. A alimentação, quando observada com cuidado, deixa de ser apenas rotina e passa a atuar como ferramenta de regulação emocional, cognitiva e comportamental.
Muitas manifestações presentes nesses transtornos se intensificam ou reduzem conforme a qualidade nutricional. Na análise de Alexandre Costa Pedrosa, o impacto é multifatorial, mas suficientemente relevante para ser considerado na rotina de crianças, adolescentes e adultos neurodivergentes. Uma dieta estruturada reforça bem-estar e contribui para reduzir irritabilidade, impulsividade, falta de foco e sensibilidade sensorial. Esse entendimento permite escolhas mais coerentes com as necessidades individuais.
Como a dieta e neurodiversidade se conectam no cotidiano
O vínculo entre dieta e neurodiversidade se estabelece por meio do funcionamento neurológico e metabólico. O cérebro depende de nutrientes equilibrados para manter atenção, estabilidade emocional e processamento adequado de estímulos. Quando há excesso de açúcares simples e alimentos ultraprocessados, a oscilação glicêmica interfere diretamente na concentração. Como comenta Alexandre Costa Pedrosa, essa instabilidade pode agravar sintomas de desatenção e impulsividade, especialmente em quadros de TDAH.
No TEA, a sensibilidade sensorial influencia escolhas alimentares. Texturas, cores e odores dificultam a variedade nutricional, o que gera desafios importantes. A limitação de opções provoca carências que afetam disposição, humor e tolerância a frustrações. Além disso, alguns indivíduos apresentam dificuldades gastrointestinais associadas, que, quando negligenciadas, repercutem em irritabilidade e baixa regulação emocional.
Para o TOD, a relação entre alimentação e comportamento aparece de forma indireta, mas significativa. Dietas ricas em estímulos artificiais aumentam picos de energia e reforçam reações explosivas ou oposicionistas. Uma rotina alimentar estruturada favorece a estabilidade comportamental.
Nutrientes que favorecem atenção, regulação e bem-estar
Determinados nutrientes demonstram ligação com foco, memória e estabilidade emocional. Proteínas de qualidade mantêm saciedade prolongada, o que estabiliza energia ao longo do dia. Carboidratos complexos evitam oscilações bruscas e sustentam níveis adequados de atenção. Como ressalta Alexandre Costa Pedrosa, a combinação entre gorduras boas, vitaminas e minerais atua diretamente na função cognitiva e no equilíbrio do sistema nervoso.
Alimentos ricos em ômega-3 são frequentemente associados à melhora de funções executivas, contribuindo para foco e organização. A presença de magnésio reduz tensão muscular e favorece relaxamento mental. Já o conjunto de vitaminas do complexo B participa da regulação emocional e do metabolismo energético. A hidratação adequada, muitas vezes negligenciada, influencia humor, concentração e disposição geral.

Esses elementos não representam soluções isoladas, mas compõem um conjunto de práticas que fortalecem a rotina. A constância na qualidade nutricional produz efeitos mais perceptíveis do que mudanças pontuais.
Desafios alimentares específicos da neurodiversidade
A construção de uma dieta adequada enfrenta obstáculos próprios da neurodivergência. No TEA, as seletividades alimentares exigem paciência e estratégias progressivas. Introduções lentas, associações positivas e adaptações de textura facilitam aceitação. Como observa Alexandre Costa Pedrosa, respeitar limites sensoriais evita conflitos desnecessários e melhora a adesão ao plano alimentar.
No TDAH, o maior desafio costuma ser a irregularidade da rotina. A pessoa esquece refeições, come rápido demais ou escolhe opções práticas em vez de nutritivas. A impulsividade também se reflete no comportamento alimentar. Por isso, planejar refeições, organizar lanches saudáveis e manter horários consistentes reduz parte da desregulação emocional.
No TOD, a resistência a mudanças torna qualquer ajuste alimentar mais complexo. Assim, a abordagem deve priorizar vínculo, negociação e protagonismo da criança ou do adulto, garantindo participação ativa nas decisões.
Estratégias para estimular uma relação saudável entre dieta e neurodiversidade
A adoção de novos hábitos alimentares precisa ser construída com naturalidade. Não se trata de impor regras rígidas, mas de ampliar repertórios e favorecer escolhas mais adequadas. A educação nutricional deve considerar rotina, preferências e sensibilidade de cada pessoa. Como explica Alexandre Costa Pedrosa, o diálogo cuidadoso e a observação dos limites individuais são fundamentais para construir adesão verdadeira.
Pequenas mudanças progressivas produzem resultados mais duradouros do que transformações abruptas. Substituições simples, preparação de alimentos mais atrativos e participação ativa no preparo das refeições fortalecem autonomia e interesse. As refeições devem acontecer em ambiente calmo, sem estímulos excessivos, permitindo que o corpo perceba sinais reais de fome e saciedade.
A colaboração entre nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e famílias cria uma rede de apoio que amplia os efeitos positivos. Essa integração facilita a leitura das necessidades e a adaptação das estratégias ao longo do tempo.
A relação entre dieta e neurodiversidade revela que a alimentação exerce influência significativa nos sintomas do TDAH, TEA e TOD. Quando observada de forma sensível e estruturada, ela se torna aliada importante na regulação emocional, cognitiva e comportamental. O cuidado nutricional não substitui outras intervenções, mas complementa o desenvolvimento de maneira poderosa. Reconhecer essa conexão fortalece autonomia, reduz sobrecarga e oferece caminhos mais saudáveis para quem vive as múltiplas nuances da neurodivergência.
Autor: Clux Balder